domingo, 20 de novembro de 2016

Nunca Chame as Seis

Todos morreram naquele dia...
Todos!? Todos!?
Mais obviamente sobrou o medo...
Sobrou...Resto dos corpos...
Corpos!? Corpos!?
Não corpos secos sem vidas...
Não corpos sem coração...
Mais corpos sem expressão...
Corpos com refúgio no medo...
Corpos com medo da Tortura...
Tortura!? Tortura!?
Tortura da alma...
Tortura da crença que os escravizou...
Tortura do toque de recolher...
Recolher forçado...
Recolher no sono dos mil pecados...
Tortuosos a cada segundo....
Tortuoso a acordar na madrugada perturbadora....
Posso ouvir...
Posso ouvir o grito...
Grito!? Grito!?
Gritos da seis, experimentos maléficos, experimentos com moribundos judeus...
Gritos dos familiares...
Para, Não, Para...
Em uma ordem perturbadora para uma supremacia...
Supremacia sem ordem...
Supremacia de poder....
Não mate as seis...
Fugir do horário da morte...
Fugir para não me pegarem vivo...
Me pegarem...Me pregarem em seu conceitos...
Fugir para liberdade esperada, apenas escapar dos medos...
Deixar todos sofrerem, meus irmãos...Minha fé que me atormentou...
Londres não é mais a mesma, o relógio faz barulho das armas dos guardas...
O relógio me atormenta... Todas as seis...
Não me visite antes da sete...
Não me visite depois da cinco...
Não Chame as seis....

Por Joaquim Pedro Filho
"Teoria do Atormentado do Holocausto - Não Chame as Seis"