segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Os Jangadeiros

Era uma vez uma ilha muito pequena aonde havia três homens, o veleiro, o artesão e o lenhador. Para sair da ilha cada homem foi designado a uma função; O lenhador cortaria a melhor árvore para construção de uma jangada, o artesão moldaria e esculpiria a madeira no formato da jangada e por último o veleiro, que construiria uma vela resistente de folhas de palmeiras que ajudaria a jangada ser guiada pelos ventos do mar.

Quando terminou a construção da embarcação, todos estavam alegres, mais o medo ao desconhecido os assustava. O temor de se perder, e nunca mais ver terra alguma, persistia nos dias finais a sua partida.

Em um certo dia um dos homens teve uma idéia para não perder-se ao mar, simplesmente não partiriam da ilha, e sim a barca com um bilhete, com seguintes dizeres;

"Se fores homem de fé, achara meu dizeres, dizeres de um morador de um mundo perdido pelos homens, mais conhecido pelos puros de coração. Mundo este, que vivo e imploro, que venha a minha procura, para finalmente voltar as minhas origens. - Os Jangadeiros"

A barca prosseguiu nas águas do oceano em um silêncio tão profundo que ninguém a avistou por um ano, quando uma lavadeira avistou a pequena jangada e logo leu o bilhete, e o respondeu, dizendo o seguintes dizeres;

"Homens mortos, homens perdidos, homens que concede o direito de busca-los, mais quem sou? Aonde vou?, uma lavadeira sem defesas própria ou tão pouco uma alma corajosa."

Logo a embarcação foi devolvida ao mar pela lavadeira sem esperanças de um futuro melhor. E assim a jangada prosseguiu "Mar a dentro". Diz a lenda quem achar a jangada, achará um ilha, aonde jangadeiros recompensarão com o mais belo ouro que o homem pode ter.


Por Joaquim Pedro Filho (O sentido de ser achado, o sentido de se achar, a procura de compreende-se o sentido da vida.)