Adolescente relata ter sido torturada após furtar supermercado em Salvador
Uma adolescente de 15 anos relatou ter sido torturada depois de furtar produtos no supermercado Atakarejo, em Salvador
O estabelecimento é o mesmo onde tio e sobrinho foram acusados de furtar carnes e, em seguida, encontrados mortos
Caso da jovem ocorreu em outubro de 2020, porém ela decidiu falar somente após o episódio com os dois homens
Uma adolescente de 15 anos relatou ter sido torturada depois de furtar produtos no supermercado Atakarejo, em Salvador, onde na última semana dois homens foram acusados do mesmo crime e encontrados mortos em seguida.
O caso da adolescente aconteceu em outubro do ano passado, porém ela decidiu falar somente após o caso envolvendo o tio e o sobrinho suspeitos de furtarem carne no estabelecimento.
Em entrevista à TV Bahia, afiliada da Globo, a jovem disse que já havia furtado no supermercado e resolveu cometer o crime mais uma vez.
"Estava e eu minhas duas amigas, aí a gente foi lá para o mercado roubar. O segurança reconheceu a gente. Aí ele chamou os caras do Nordeste [de Amaralina]. Ele deveria o quê? Levar a gente para a delegacia, prestar ocorrência ou até mesmo entregar ao juizado, fazer algo do tipo, que eu não ia questionar, porque eu estava errada", argumentou ela.
Ao perceber a chegada dos homens, as três jovens correram, mas o grupo criminoso alcançou a adolescente. "Eles [traficantes] me pegaram e, quando me pegaram, graças a Deus não acharam elas [as amigas]. Aí me levaram lá para o Nordeste. Lá, os caras me deram um monte de coronhada. Todos. Não sei se foi 10, se foi 11 homens, 15, não sei. Tinha homens e meninos. Aí me bateram muito, me deram coronhada, me deram de ferro, de pau", afirmou.
Os criminosos, segundo a jovem, cortaram seu braço com uma barra de ferro e ainda fotografaram a adolescente ensanguentada. As imagens circularam nas redes sociais e chegaram até a adolescente, que se reconheceu torturada.
"Me cortaram, abriram meu braço aqui com ferro. Isso ainda me afeta muito, me dói muito, porque aconteceu comigo e eu ainda fiquei com o trauma, sabe? Fiquei um tempo com trauma, escutando vozes, achando que as pessoas iam atrás de mim", disse.
Apesar de ter ficado muito ferida, ela conseguiu escapar. A adolescente não registrou queixa do espancamento e tortura na delegacia por medo de represálias.
Em nota ao portal G1, o supermercado Atakarejo informou que não compactua com qualquer ato em desacordo com a lei. Sobre o caso dos homens mortos pelo furto da carne, o estabelecimento informou ainda que os fatos serão investigados e conduzidos pela polícia.
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