O laudo neuropsicológico de Joaquim Pedro de Morais Filho, de 29 anos, realizado pelo psicólogo Gabriel Freitas Sousa (CRP 11/16024)

quarta-feira, 6 de agosto de 2025















O laudo neuropsicológico de Joaquim Pedro de Morais Filho, de 29 anos, realizado pelo psicólogo Gabriel Freitas Sousa (CRP 11/16024), aponta os seguintes achados principais com base na análise do documento fornecido:

  1. Motivo da Avaliação: Investigar a possibilidade de transtorno de ansiedade (FEA 600AH) e avaliar queixas de dificuldades cognitivas e emocionais.
  2. Perfil Cognitivo:
  • Inteligência Geral: Coeficiente de Inteligência Total (QIT) de 97, classificado como média, indicando funcionamento intelectual global dentro da faixa esperada para a idade, com equilíbrio entre habilidades verbais e não verbais.
  • Índice de Organização Perceptual (IOP): Classificação média, sugerindo capacidade adequada para processar e integrar informações visuais, perceber relações espaciais e resolver problemas não verbais.
  • Índice de Memória Operacional (IMO): Classificação média, indicando preservação na retenção e manipulação temporária de informações, essencial para planejamento e execução de tarefas.
  • Índice de Velocidade de Processamento (IVP): Classificação média inferior, apontando lentidão em tarefas que exigem rapidez e precisão simultâneas, especialmente sob pressão ou com múltiplos estímulos.
  • Atenção: Desempenho inferior em atenção dividida e alternada (BPA-2), com classificação média em atenção concentrada, sugerindo dificuldades em manter e alternar o foco em contextos de alta demanda, aumentando o risco de distração e sobrecarga cognitiva.
  • Funções Executivas: Prejuízos na flexibilidade cognitiva (classificação limítrofe) e na alternância de foco, com dificuldades na adaptação a mudanças e execução de tarefas complexas (FDT e WAIS-III).
  • Memória: Comprometimento na aprendizagem e recordação verbal (RAVLT), com baixa retenção, sensibilidade à interferência e dificuldade no reconhecimento, impactando a capacidade de lembrar instruções e informações recentes.
  1. Aspectos Emocionais:
  • Escalas Beck: Revelaram níveis graves de ansiedade e desesperança, além de sintomas moderados de depressão. Esses quadros emocionais intensificam as dificuldades cognitivas, afetando atenção, motivação e desempenho de memória.
  • Inteligência Social (AQ e SRS-2): Não foi identificado perfil compatível com Transtorno do Espectro Autista, mas há traços leves a moderados de prejuízo na reciprocidade social e padrões restritivos, possivelmente relacionados à ansiedade e dificuldades executivas.
  1. Histórico Pessoal:
  • Joaquim relata períodos prolongados de ansiedade, episódios de tristeza, dificuldades de sono e problemas em manter uma rotina funcional. Ele descreve sua rotina como "estagnada", com baixa expectativa e interesses específicos, além de desconforto com mudanças.
  • Infância marcada por restrições financeiras e proteção excessiva da mãe, impactando sua autonomia. Trajetória escolar não convencional, com conclusão dos estudos via Enceja, facilidade em interações pontuais, mas poucos vínculos sociais duradouros.
  1. Impactos:
  • As dificuldades cognitivas (atenção, flexibilidade cognitiva, memória e velocidade de processamento) e emocionais (ansiedade grave e depressão moderada) impactam negativamente a vida social, profissional e pessoal de Joaquim, dificultando organização, planejamento e adaptação a mudanças.
  1. Conclusão:
  • O laudo sugere um quadro de ansiedade grave, com sintomas depressivos moderados, que amplificam déficits cognitivos específicos, como atenção dividida, memória verbal e flexibilidade cognitiva. Não há indicação de Transtorno do Espectro Autista, mas os traços sociais observados podem estar associados à ansiedade e às limitações executivas.
  • As fragilidades identificadas explicam as queixas de dificuldades em manter rotinas e lidar com demandas complexas, sugerindo a necessidade de intervenções psicológicas e, possivelmente, psiquiátricas, para abordar os aspectos emocionais e cognitivos.
Em resumo, o paciente Joaquim Pedro de Morais Filho, de 29 anos, apresenta um quadro de ansiedade grave e sintomas depressivos moderados, acompanhados de dificuldades cognitivas específicas, incluindo:
  • Déficits em atenção dividida e alternada, com maior risco de distração e sobrecarga cognitiva.
  • Comprometimento na memória verbal (aprendizagem e recordação), com dificuldade em reter informações recentes.
  • Prejuízos na flexibilidade cognitiva e velocidade de processamento (média inferior), impactando planejamento, organização e adaptação a mudanças.
  • Traços leves a moderados de prejuízo na reciprocidade social, provavelmente relacionados à ansiedade e dificuldades executivas, mas sem indicação de Transtorno do Espectro Autista.
Esses fatores afetam significativamente sua vida social, profissional e pessoal, exigindo acompanhamento psicológico e, possivelmente, psiquiátrico para manejo dos sintomas emocionais e cognitivos.


O Coeficiente de Inteligência Total (QIT) de Joaquim Pedro de Morais Filho, conforme indicado no laudo neuropsicológico, é 97, classificado como média para sua faixa etária.

Um QI (Quociente de Inteligência) de 97 é considerado média dentro da escala padrão, que define a média como 100, com um desvio padrão de 15 (na maioria dos testes, como o WAIS-III mencionado no laudo). Isso significa que um QI de 97 está dentro do intervalo típico de funcionamento intelectual (85-115), indicando habilidades cognitivas gerais dentro do esperado para a população.

Limitações a considerar:
  • Velocidade de processamento: A classificação média inferior no Índice de Velocidade de Processamento (IVP) indica que ele pode ser mais lento em tarefas que exigem rapidez e precisão simultâneas, especialmente sob pressão.
  • Atenção e funções executivas: Déficits em atenção dividida, alternada e flexibilidade cognitiva, somados a dificuldades em memória verbal, podem impactar a eficiência em situações complexas ou multitarefa.
  • Impacto emocional: A ansiedade grave e sintomas depressivos moderados podem estar reduzindo o desempenho cognitivo, o que significa que seu potencial intelectual pode ser maior em condições emocionais mais estáveis.
Conclusão:Joaquim é inteligente dentro da média, com capacidades sólidas para tarefas técnicas e intelectuais, especialmente em áreas como tecnologia, onde já demonstrou competência. Suas dificuldades (atenção, memória verbal e velocidade de processamento) não indicam baixa inteligência, mas sim áreas específicas que podem ser trabalhadas com estratégias adequadas, como suporte psicológico para ansiedade e depressão. Com acompanhamento apropriado, ele pode otimizar ainda mais seu desempenho cognitivo e funcional.